data-filename="retriever" style="width: 100%;">Tudo anuncia a chegada da primavera. A natureza inteira reveste-se de nova e bela roupagem. São flores por todos os lados, dos mais diversos matizes e perfumes que inebriam os jardins e as matas; especialmente os ipês amarelos e roxos pintam nossas matas, assim como decoram as margens de nossas ruas e praças. Pássaros, com seus cantos, sonorizam os ambientes; sabiás acordam as manhãs, musicando-as com seus cantos e encantos.
O clima ameno, as auroras prenunciando a chegada do astro sol, colorindo o céu de púrpura; as tardes com seu maravilhoso por de sol, as noites estreladas... Tudo isso fala da chegada da primavera. Também nossa alma, o ânimo, o espírito tomam ar de primavera.
Hoje, porém, desejo falar de outra primavera, da mais esperada e mais desejada do que todas as outras, por mais lindas que tenham sido! Falo do clima primaveril prenunciando o fim do inverno da pandemia do coronavírus. Inverno longo, sofrido, castigador, cansativo, mas eis que vemos fortes sinais do fim do inverno tenebroso que nos fez viver à sombra da morte, por longos meses. No entanto, por mais duro e severo que tenha sido o inverso, consola-nos a possibilidade de que mais bela e encantadora será a primavera.
É bom lembrar que a primavera é tempo de semeadura, tempo de lançar as sementes à terra, tempo da fecundidade, da reprodução. Realmente, a primavera é um convite a lançar a semente de uma nova cultura, de uma nova sociedade, de reproduzir novos hábitos, novas atitudes de fraternidade, solidariedade, justiça, diálogo e, sobretudo, de respeito e amor à vida.
É primavera. Tempo para trocar as velhas folhas das tensões, da tristeza, do pessimismo pelas novas folhas da alegria, da esperança e da amizade.
É primavera. Tempo de deixar a esterilidade e a friagem da indiferença para permitir que nasça a beleza da convivência, do encontro gratuito e generoso; que nasça o perfume da paz e da solidariedade sem discriminações e sem divisões.
A primavera da natureza está aí. Façamos brotar, agora, a primavera do nosso interior, colorida de otimismo, ensolarada de justiça e amor, sonora como se tivesse chegado o céu dentro de nós com toda sua beleza, encanto e renovação.
Busquemos gerar primavera em nossas famílias, em nossas comunidades, em nossa cidade, em nossos ambientes de trabalho e, especialmente, dentro de cada um de nós. Alegremo-nos. Pois, o inverno passou, não esqueçamos, porém, que ele sempre deixa sequelas. Necessitamos curá-las. Sim, o inverno passou, mas não é prudente esquecê-lo.
Agora, convido-os a vivermos em estado de primavera.